quinta-feira, 27 de maio de 2010

Alimentação



Os peixes da aquacultura acabam por ter o mesmo tipo de nutrientes essenciais que o peixe apanhado no mar, ou seja, proteínas, hidratos de carbono, gorduras, vitamina e minerais. O que poderá variar é a quantidade de nutrientes, pois isso depende da alimentação que cada peixe faz.
Os peixes da aquacultura comem rações especiais, enquanto que os peixes do mar têm uma alimentação à base de algas, fitoplâncton e outros peixes mais pequenos. Assim, os peixes da aquacultura são uma vantagem dado que podem ser engordados rapidamente e, por isso, vendidos a um preço mais baixo. É necessário reforçar que as aquaculturas deverão cumprir as leis que se encontram em vigor, de modo a garantir a qualidade dos alimentos dados aos peixes em cativeiro, assegurando assim a sua qualidade.
Estas rações especiais são também designas por “ farinha de peixe”, isto é uma fonte proteica de origem animal para a produção de ração de animais domésticos. É considerada uma fonte nutricional que satisfaz as necessidades proteicas e lipídicas dos peixes. Este é um alimento caro e de fornecimento limitado. A produção do mesmo para a aquacultura depende actualmente de um grande aporte de farinha de peixe e com a sua progressiva escassez no mercado mundial, a sua produção dependerá, no futuro, da elaboração de um adequado substituto para esta farinha, no que diz respeito à eficiência nutricional como ao seu custo.


12 comentários:

Carros Eléctricos disse...

Consideramos este tema bastante interessante e actual, pois ainda é pouco conhecido e que suscita muitas dúvidas sobre se será uma boa solução ou não para a extinção de algumas espécies de peixes.

No entanto, gostaríamos de saber se este aumento de produção de determinadas espécies de peixes não será prejudicial e se não terá qualquer influência sobre os ecossistemas.

Segundo a Greenpeace Portugal, “A aquacultura, como é praticada actualmente, não é a solução para a sobrepesca e os stocks de peixe selvagem no estado miserável”. Que medidas se poderá tomar de modo a tornar a aquacultura uma solução mais fiável.

Continuação do bom trabalho.

Energia Nuclear disse...

"Os stocks mundiais de peixe nos oceanos estão a diminuir de forma acelerada, estando diversas espécies já em vias de extinção. Os cuonsumos mundiais totais e os per capita têm vindo a subir, pelo que temos de implementar sistemas sustentáveis de aquacultura para aproveitar esta oportunidade" (http://www.aqua.pt/)
Nós concordamos com as vantagens que apresentam, no entanto, temos algumas dúvidas em relação à qualidade do peixe produzido desta forma. Existem estudos que comprovem que a qualidade do peixe não está comprometida?

Desflorestação disse...

O nosso grupo achou o tema bastante interessante, uma vez que, actualmente, é pouco divulgado.
No geral o nosso grupo não concorda com este processo, isto porque, as culturas devem evoluir segundo a sua natureza, não lhes devendo ser administradas quaisquer substâncias que a alterem.
Concordamos plenamente com a opinião anterior, no aspecto da qualidade do peixe, isto porque lhes são administradas substâncias tendo em vista o seu rápido crescimento e os aspectos económicos, ignorando, em parte, o consumidor.
Neste caso podemos comparar a aquacultura aos transgénicos.

Gostaríamos que desenvolvessem mais o tema, por exemplo, em relação aos efeitos do consumo destes peixes na saúde da população.


Bom trabalho.

JL JL disse...

O nosso grupo pensa que este tema tem relevância na gestão da fauna marinha, pois os recursos mundiais de algumas espécies de peixes e crustáceos nos oceanos estão a diminuir de forma acelerada, estando diversas espécies já em vias de extinção. Assim através de implementação de sistemas sustentáveis de aquacultura, poderá-se reduzir o risco de extinção destas espécies.
Em termos de qualidade alimentar das espécies criadas em aquacultura, sendo estas criadas em viveiros estão menos expostas à poluição, tornam-se desta forma um alimento que acarreta menos riscos alimentares à saúde da população (intoxicações alimentares entre outros). Por outro lado, como o processo de criação destes peixes é realizado de uma forma acelerada e na base de rações especiais (farinha de peixe), faz com que se levantem algumas dúvidas sobre se este alimento fornece os nutrientes suficientes para uma alimentação equilibrada da espécie humana.

Continuação de Bom trabalho.

Ana, Daniela, Joanas disse...

Bom dia

Após uma breve reflexão de grupo, consideramos que apesar de ser favorável para as espécies de peixes, esta substituição de alimento, ao qual estes estão habituados no seu habitat natural, para o consumidor, embora estes sejam mais ricos em nutrientes e proteínas, não possuem a qualidade ideal, comparativamente aos que estão em habitat natural.
Ao nível da produção em massa de peixes, tendo em conta que a sua engorda é fácil, consideramos que os valores de todos os cidadãos deveriam ser repensados pois, não é justo sermos egoístas a este ponto.

Mónica Mogne disse...

Boa tarde,

também considero que estas rações apesar de equilibradas nutricionalmente não podem ser comparadas ao alimento adquirido em habitat natural. Porque se desenvolvem estas espécies mais rápidamente? Alguma coisa não será igual!

Contudo, também me parece que existem locais onde a poluição pode causar inúmeros problemas para a qualidade do peixe.

Mónica Mogne

Problemática do Parque Natural da Arrábida disse...

Boa tarde,
Após a leitura do vosso post e também dos outros comentários referidos, verificamos realmente que existem vantagens com a produção de peixes desta forma, nomeadamente ligadas ao comércio, pois a aquacultura permite a produção de peixe nas quantidades desejadas, fazendo com a oferta se ajuste à procura e é este o principal motivo pelo qual é consumido cada vez mais peixe de viveiro em vez de peixe de captura. (http://www.mardanoruega.com/Salm%C3%A3o+da+Noruega/Aquacultura).
No entanto pensamos que também traz consequencias, pois segundo uma noticia no jornal O Público "...o peixe de aquacultura deixa um rasto de destruição nos ambientes marinhos. A produção de camarão nas Filipinas devastou 109 mil hectares de mangais pantanosos desde os anos 70, o equivalente a dois terços da área de mangal do país...." (http://www.publico.pt/Sociedade/aquacultura-quando-o-peixe-nao-vem-do-mar_1419636). No mesmo artigo e segundo a Greenpeace,num relatório de 2009, consta ainda que Portugal está no ranking dos países que mais peixe consome de origem não sustentável e que muitas vezes os supermercados não olham a meios para vender o peixe (muito até vem de pescas ilegais).
Até que ponto será positiva esta produção de peixes por aquacultura?

ESES - Ambiente e Desenvolvimento Sustentável disse...

O nosso grupo pensa que apesar dos peixes de aquacultura serem alimentados com rações especiais (farinha de peixe), que lhes permite o equilíbrio nutricional não têm por outro lado um equilíbrio a nível do crescimento. Ao estar a acelerar o desenvolvimento normal dos peixes com a engorda rápida dos mesmos pode causar efeitos prejudiciais à saúde do consumidor.
Pensamos ainda, que o facto destes peixes terem um preço mais acessível a nível do mercado vai consequentemente afectar a venda do peixe apanhado directamente do mar, sendo este mais caro.
Gostaríamos de saber, já que estes peixes são vendidos ao consumidor, se este sabe o que está realmente a comprar.

Ana Cardoso, Carina Coelho, Carla Ferreira, Lisandra Medinas e Vânia Ferreira

Elisabete disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elisabete disse...

Um texto publicado no site da European Federation of Sea Anglers (EFSA) Portugal refere as preocupações da Quercus em relação à exploração excessiva da pesca que se encontra associada aos principais impactos da aquacultura, já que a utilização dos peixes para a elaboração de farinha e azeite para espécies criadas em viveiros não diminui a pressão sobre as empresas piscícolas, antes pelo contrário. Outra preocupação desta organização remete para a contaminação química, dada a quantidade de produtos químicos e de fármacos utilizados para controlar os vírus, as bactérias e os fungos. Sem esquecer a destruição de espaços costeiros para construção de viveiros (1).

Mas outras opiniões podem ser encontradas, nomeadamente por parte de uma engenheira do Instituto de Investigação das Pescas e do Mar, Maria Leonor Nunes. Segunda esta, a produção das espécies em cativeiro não tem riscos para o consumidor e, se tivermos em conta a poluição de certos ecossistemas marinhos, até pode ser preferível, uma vez que na aquacultura as condições ambientais são muito controladas (2).

Também o Conselho Europeu de Informação Alimentar (EUFIC) chama a atenção para o facto dos estudos demonstrarem que não existem diferenças sensoriais entre o peixe de viveiro e o selvagem. Mas apesar disso, os consumidores têm a ideia que o peixe selvagem é mais saudável que o de aquacultura. O EUFIC realça que ao peixe obtido por técnica de aquacultura tem:
• Abastecimento regular
• Conteúdo nutricional consistente
• Controlo rigoroso sobre a produção
• Preços estáveis e mais baratos
• Rastreabilidade
Reconhece contudo que a aquacultura não está isenta de impactos negativos para a natureza, nomeadamente: aumento da pesca para a produção de farinhas de peixe, alteração dos habitats e de efluentes, assim como impacto sobre a biodiversidade no caso de fuga dos peixes dos viveiros.

Uma análise desta temática deverá sem dúvida considerar os aspectos vantajosos desta técnica como o acesso ao alimentos a um preço mais barato, a criação de postos de trabalho na construção e manutenção das instalações havendo desta forma, uma menor pressão de pesca sobre a(s) espécie(s) cultivada(s). Por outro lado, devem considerar-se os problemas em termos de emissão de resíduos orgânicos, produtos químicos e antibióticos, como a diminuição de recursos marinhos para produção de farinhas
(Bravo-Torija, Seixas, Pilar e Aleixandre, 2008).


Assim, qual a vossa posição sobre este assunto? Existirão formas de superar os problemas apontados?

(1) Tiago, F. (2008). Greenpeace alerta para danos da aquacultura insustentável.
Disponível em:
http://www.efsaportugal.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=267&Itemid=158
(2) (2006). Aquacultura: Produção em viveiro pode ajudar a preservar os habitats selvagens.
Disponível em: http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2006/12/10c.htm
European Food Information Council (EUFIC). Existirá muito mais peixe no mar?
Disponível em: http://www.eufic.org/article/pt/seguranca-e-qualidade-alimentar/saude-animal/artid/muito-mais-peixe-no-mar/
Bravo-Torija, B., Eirexas, F, Pilar, M. e Aleixandre, J. (2008). Educação para a sustentabilidade: a gestão de recursos do mar. Alexandria Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 1(1), 191-208.

ACER-PT disse...

Antero Leite: Eu já deixei de comprar peixe em hipermercados pois nestes não se vende 'o melhor peixe do mundo' mas o de cativeiro alimentado com rações.

ACER-PT disse...

Antero Leite: Eu já deixei de comprar peixe em hipermercados pois nestes não se vende 'o melhor peixe do mundo' mas o de cativeiro alimentado com rações.

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